No final da década de 1930, Margorie Courtenay-Latimer, de 32 anos, era curadora de um pequeno museu na cidade portuária de East London, que ficava na África do Sul. O capitão de um barco de pesca, Handrick Gossen, a chamava sempre que voltava para terra com algum peixe fora do normal, ou interessante.
No dia 23 de dezembro de 1938, resolveu dar uma volta no pelo cais e notou no barco de Gossen uma barbatana azul, tirou os outros peixes do caminho e deparou com o que ela mesma descreveu: “Com o peixe mais bonito que eu jamais tinha visto”. Tinha um pouco mais de1,5 m. Uma cor única, às barbatanas não estavam ligadas ao esqueleto, mas a lobos carnudos do lado do corpo, como se fossem capazes de sustentar o peixe e permitir que rastejasse.
De volta ao seu escritório, ela examinou livros de referências e encontrou uma ilustração aparentemente impossível. Parecia com um peixe extinto há 80 milhões de anos. Ela enviou uma descrição detalhada para o professor Smith, professor de química e biologia da Universidade de Rhods, infelizmente ele estava viajando e só tomou conhecimento de sua correspondência no dia 3 de janeiro de 1939. Àquela altura, as vísceras ( incluindo as guelras) já haviam jogado fora e o peixe tinha sido montado para exposição. Smith chegou no museu no dia 16 de janeiro e confirmou a identificação. A descoberta era importante, não só porquê se supunha que havia extinto há muito tempo, mas também por que o espécime mostrava que tinha ficado inalterado por mais de 400 milhões de anos.
Smith publicou um livro em 1956 sobre espécimes marítimos do oceano Índico e agitou a imaginação do mundo. Se uma criatura de 80 milhões de anos podia estar se escondendo nas profundezas do oceano? Mas foi a observação de Margorie e os conhecimentos de Smith que fizeram com que essa descoberta monumental não acabasse sendo mais um jantar com peixe no prato principal.