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Pouco se sabe sobre a vida e a morte de Demócrito. De acordo com a maioria dos relatos, Demócrito nasceu por volta de 460 AEC e morreu cerca de 90 anos depois, em 370 AEC. Ele era conhecido por seu senso de humor, é comumente referido como o “Filósofo Risonho” por sua capacidade de rir da tolice humana. Diz-se que o pai de Demócrito era de família nobre e tão rica que recebeu o rei persa Xerxes durante a Segunda Guerra Persa (480 – 479 AEC).
Demócrito foi um filósofo grego pré-socrático. Ele e seu mentor, Leucipo, são amplamente considerados os primeiros atomistas na tradição grega. Embora Demócrito tenha supostamente escrito mais de 70 tratados, apenas algumas centenas de fragmentos sobreviveram, principalmente de seus tratados sobre ética. Muito do que sabemos sobre Demócrito vem das obras de Aristóteles, seu rival na filosofia.
Demócrito foi uma figura central no desenvolvimento da teoria atômica do universo. Ele teorizou que todos os corpos materiais são feitos de “átomos”, os átomos de água e ferro são os mesmos, mas os de água, sendo lisos e redondos e, portanto, incapazes de se conectar uns aos outros, enquanto os de ferro, sendo ásperos e irregulares, agarram-se e formam um corpo sólido. Aristóteles rejeitou o atomismo em On Generation and Corruption. Aristóteles se recusou a acreditar que toda a realidade é redutível a um sistema de átomos, como disse Demócrito. No final das contas, porém, Demócrito estava certo.
Demócrito postulou as leis fixas e “necessárias” de um sistema puramente mecânico, no qual não havia espaço para uma causa inteligente trabalhando para um fim. Ele explicou a origem do universo da seguinte forma: O movimento original dos átomos estava em todas as direções, era uma espécie de “vibração”, portanto, resultou em colisões e, em particular, um movimento giratório, pelo qual átomos semelhantes foram reunidos e unidos para formar corpos e mundos maiores. Isso não aconteceu como resultado de qualquer propósito ou projeto, mas apenas como resultado de “necessidade”; ou seja, é a manifestação normal da natureza dos próprios átomos.
Ele afirmou, por exemplo, que as sensações são mudanças produzidas na alma por átomos emitidos de outros objetos que incidem sobre ela. Demócrito também foi o primeiro a tentar explicar a cor, o que ele pensava ser devido à “posição”. A sensação de branco, por exemplo, é causada por átomos lisos e planos que não projetam sombra; a sensação de preto é causada por átomos ásperos e desiguais.
Os átomos e o vazio sendo infinitos em número e extensão, e o movimento tendo sempre existido, sempre deve ter existido um número infinito de mundos, todos consistindo de átomos semelhantes em vários estágios de crescimento e decadência.
Seu sistema ético, fundado em uma base prática, postulou um bem final (“alegria”) que era “um estado em que a alma vive pacificamente e tranquilamente, imperturbável pelo medo, superstição ou qualquer outro sentimento”.