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O SociaLab é uma iniciativa de um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo. Seu idealizador, Lucio Freitas Junior, possui longa experiência em pesquisa na área de Ciências Biomédicas no Brasil e no exterior e sempre considerou que a dificuldade de se obter materiais e insumos sempre foi um dos grandes gargalos de se desenvolver pesquisa científica no Brasil. Por outro lado, também considera que há muita oportunidade para otimizar o uso de materiais de pesquisa, que acabam sendo muitas vezes adquiridos em excesso. Com isso em mente, se juntou a Fernando Tocantins, aluno do Curso de Ciências Moleculares na USP, para desenvolver uma solução útil e eficiente aos pesquisadores de todo país.
Ao longo do desenvolvimento da iniciativa, foram suscitadas diversas problemáticas inerentes ao estilo de organização presente em muitos laboratórios no país, como a dificuldade em manter a atualização de listas de reagentes do laboratório e a padronização dessas listas para um gerenciamento mais completo. Pensando nisso, a equipe desenvolveu a plataforma de modo que o pesquisador possa incluir sua lista de reagentes diretamente por upload, sendo processada e colocada automaticamente num padrão que facilite sua leitura, acelerando e melhorando a experiência com a plataforma.

O SociaLab é uma plataforma de troca de reagentes e células, feita por pesquisadores para pesquisadores. O material que não é mais necessário em um laboratório pode ser útil para outros pesquisadores, que podem possuir algo que seja necessário para outro laboratório. Utilizando o SociaLab eles tem acesso a vasta lista de reagentes e células do catálogo de doações, podendo requerer uma doação a qualquer pesquisador da rede, além de poder disponibilizar o material ocioso em seu laboratório, reduzindo o tempo e o custo de aquisição de materiais para uma pesquisa e contribuindo para redução do desperdício e otimização dos recursos do laboratório.
O objetivo é atacar um dos problemas mais crônicos e debilitantes da ciência brasileira: a dificuldade para a obtenção de reagentes básicos de pesquisa, por conta do alto preço, do excesso de burocracia e da demora que isso gera para o recebimentos desses insumos, que são praticamente todos importados.
É um gargalo que reduz a competitividade da ciência brasileira como um todo e pode inviabilizar completamente um projeto de pesquisa — especialmente em universidades menores, onde o acesso a recursos, equipamentos e materiais é ainda mais restrito. Não são raros os casos de projetos que precisam ser adiados ou descontinuados por falta de um ou outro “ingrediente”, sem o qual é impossível realizar os experimentos necessários.
O compartilhamento é vantajoso para todos os envolvidos, destaca Freitas Junior. Quem doa tem o benefício de liberar espaço no laboratório e não gastar dinheiro com o descarte de materiais subutilizados, já que esses produtos são controlados e não podem ser simplesmente jogados na lata de lixo quando o prazo de validade expira. Eles precisam ser recolhidos e descartados de forma adequada (incinerados), seguindo protocolos de biossegurança, o que gera custos para as instituições.
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Link da plataforma: http://www.socialab.com.br/